Quando Emilio Botín foi pra Francisco Luzón, que foi o fundador de Argentaria, houve quem interpretou que se fazia pra proporcionar a sucessão. Lembro que comentei “no Santander há somente Botas e botões. Isso sim, super bem comandados e melhor pagos, mas, ao fim e ao cabo, botões”. Paco Luzon me olhou, você sorriu e a toda a hora que nos vemos me lembra.
Este é o Espólio de tipo. Investe no talento e gestão. Talvez esse caráter familiar é o que tem penalizado a tua cotação em bolsa, que tem estado a todo o momento abaixo do seu potencial. A imprensa anglo-saxônica e os grandes fundos de investimento têm sido críticos a este respeito, e é o que mais tem prejudicado a sua sucessora in pectore, Ana Patricia Saque. Provavelmente teria efeito menos difícil de não ter sido a filha de teu pai.
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Saque nasceu banqueiro: bisneto, neto, sobrinho, filho, irmão e pai de banqueiros. Toda tua existência foi dedicada a obter dinheiro. Don Emilio gostava de o golfe, a caça e a coleta de quadros de Solana -a tua primeira conferência de imprensa que deu perante a lona O Alface e sua equipe – todavia a tua verdadeira paixão era o banco.
Quando era jovem, teu círculo de amigos eram os filhos dos ricos de toda a existência. Sarcasticamente tuas mulheres lhes chamavam os “supergalacticos” e seu esporte favorito era para fazer negócios e pra provar que “meaban mais distante do que os outros”. Não conseguiu bater o recorde de teu pai, que dirigiu o Santander durante 36 anos.
, Ele esteve à frente do banco por 30 anos, mesmo que o seu desejo era seguir pelo menos até o ano de 2015, que era no momento em que terminava o seu mandato. Em certa ocasião, perguntei-lhe como era possível que prejubilara ainda mais jovens, seus diretores e empregados, sempre que ele se tornou o banqueiro no ativo mais velho e mais velha do universo. Respondeu-Me: “São duas coisas diferentes. Eu sinto-me bem e meu cargo é eleito, dessa maneira, enquanto eu me encontre em plenas faculdades e siga tendo a certeza de meus acionistas seguirei em frente.”
E dessa forma foi, “o presidente”, como lhe chamavam no Financeiro da Cidade de Penafiel, morreu com as botas postas, aos setenta e nove anos, de um infarto. Neste mês de agosto, não lhes havia convocado de forma intempestiva, em plenas férias, como costumava fazer. Seu hábito era chamá-los e requisitar-lhes que se reunissem com ele na sua residência para tratar de tema específico do banco.